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SONORA ABRE INSCRIÇÕES PARA PRODUTORAS

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O Sonora – Ciclo Internacional de Compositoras abriu inscrições para novas cidades/produtoras!

Para se inscrever basta entrar no site www.sonorafestival.com e preencher o formulário. Podem se inscrever compositoras ou produtoras que quiserem realizar o evento em qualquer cidade do mundo!

Isabella faz parte do Sonora como responsável pelas edições Lisboa e Dublin. 

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O Sonora é um festival internacional de composição feminina, que teve origem no Brasil e é organizado de forma colaborativa por autoras/produtoras em diversas cidades do mundo. 

Reconhecemos que a presença desigual das mulheres no mercado musical e a falta de representatividade acabam por desestimular outras mulheres a se enveredarem por certos ofícios na música. Isso, por sua vez, reforça e embasa mitos de incapacidade feminina como instrumentistas, regentes, arranjadoras e compositoras.

 O incômodo com esse contexto formou uma rede de mulheres e a interseção entre ideias, disposição e grande empreendedorismo de compositoras deu início ao que hoje intitulamos “Sonora ­- Ciclo Internacional de Compositoras”. 

 Trabalhamos para que mulheres no mundo inteiro apresentem com confiança seus sentimentos e opiniões através da música.  Por meio de shows e outras atividades, o Sonora constitui um lugar tanto de divulgação e exposição das potencialidades individuais das autoras, como também um espaço de reflexão coletiva, que promove o encontro de compositoras das várias vertentes e gêneros musicais.

 

 

 

OS DESAFIOS DAS MULHERES NO MERCADO MUSICAL

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Olá, pessoal!

É com MUITA alegria e com o coração cheio de esperança que, neste 8 de março, compartilho com vocês um artigo que escrevi a convite do Kiko Loureiro! Nele, falo um pouco sobre os desafios que as mulheres encontram nas mais diferentes atividades dentro da carreira musical. Sabemos que é um meio muito machista, mas podemos transformar essa realidade.

Que a igualdade de direitos e oportunidades não seja apenas um sonho.
Um grande beijo a todos!

*** Para quem não conhece, o Kiko Loureiro é o guitarrista da banda Megadeth, com a qual ganhou um Grammy este ano! Kiko é o idealizador de um curso maravilhoso sobre Music Business e tem várias iniciativas para desenvolver nosso mercado.

 

Para ler o artigo, clique aqui.

ISABELLA BRETZ, KHADHU CAPANEMA, KHYKHO GARCIA E WÂNER NOGUEIRA – 2º ROUND!

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A Autêntica recebe Isabella C. Bretz, Khadhu Capanema, Rodrigo Garcia e Wâner Nogueira para um show especialmente preparado para esta formação, já que os artistas não são uma banda. O encontro aconteceu pela primeira vez no projeto Caixa Acústica, no Teatro Santo Agostinho. Nele, apresentaram composições de Isabella e de Khadhu (sendo as dele tanto inéditas quanto algumas da banda Cartoon), além de releituras, todas de alguma forma relacionadas ao universo folk. Por vezes regado à introspecção e delicadeza, por outras preenchendo cada centímetro do espaço com energia, o folk tem reivindicado seu lugar na terra do Clube da Esquina. Prova disso é que também fará parte desta noite, dando início aos trabalhos, o cantor e compositor Péricles Garcia, que apresentará o show de seu mais recente trabalho – o CD “Rua Universo”. Acompanhado de seu violão, Péricles mostrará em primeira mão e em formato intimista as canções do novo disco, além de músicas dos seus três CDs anteriores – Mar de Montanhas (2002), Cosmopolita (2011) e Outros Heróis (2013). A “Noite Folk” trará ao público um momento de aconchegante e também visceral conexão musical.

Serviço
O que: Noite Folk
Quando: 06 de Outubro – 21h
Onde: A Autêntica – Rua Alagoas, 1171 – Savassi – BHZ/MG
Quanto: 15$ antecipado / 20$ portaria

Vendas antecipadas online no Sympla

https://www.sympla.com.br/noite-folk-shows-pericles-garcia–isabella-bretz-khadhu-capanema-rodrigo-garcia-e-waner-nogueira__89102

Mais informações no Facebook.

OPERAÇÃO ESCAMBO!

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[quem não estiver interessado no histórico da decisão pode ir direto para a parte operacional]

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O meu disco Saudade está quase completando 4 anos. Durante esse tempo fiz vários shows, conheci lugares, pessoas e passei por infinitas transformações internas. Hoje vejo e sinto coisas diferentes. Não sou compositora de produção em larga escala. Escrevo às vezes, quando flui. Já tentei sentar e tentar, tentar… Mas não funciona. A música “Saudade” demorou dois anos para ficar pronta. Fiz a letra quase de uma vez só, sendo que a música veio bem depois, também quase de uma vez só. “Simples” veio em 10 minutos, tudo junto, cada elemento. Há canções que mandam tijolinho por tijolinho; outras vêm que nem tromba d’água.

Palavras, palavras, melodias…

Melodias, acordes, palavras.

Palavras, melodias, notas, acordes.

Melodias.

Assunto.

Palavra.

Imagem.

Não tem ordem. Não me responsabilizo pelo processo dos outros. O meu é assim. Bagunçado. E o respeito.

Nesse tempo escrevi várias canções e algumas delas se tornaram bem importantes para mim. Ah! Tá aí outra coisa que vale ressaltar: eu escrevo para mim, a princípio. Desculpem a falta de altruísmo, mas é verdade. O que, obviamente, não me impede de soltá-las no mundo, envolver outras pessoas e ficar extremamente feliz quando alguém se conecta. Afinal, a partir do momento em que dou à luz, já não são mais minhas, assim como os filhos.

Quero gravar um novo disco! Quero meus filhos no mundo! Quero MUITO, muito mesmo. Já está na hora.

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OPERAÇÃO ESCAMBO

Como muitos sabem, gravar um disco é algo muito caro. Mas decidi começá-lo, mesmo que gravando aos pouquinhos. Como não tenho qualquer patrocínio, pensei em formas de amenizar os custos SEM DESVALORIZAR O TRABALHO DOS MÚSICOS E OUTROS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS. Minha ideia foi fazer uma pequena lista de serviços que eu poderia oferecer em troca de cada música gravada por eles. Escambo, mesmo. A quantidade dos serviços foi pensada de forma que valessem em dinheiro o mesmo que vale o trabalho deles. Para a minha grande surpresa, alguns dos envolvidos principais responderam e a ideia FUNCIONOU! Eles trocaram uma das músicas que gravarão por um serviço meu (a lista incluía aulas de inglês, tradução de documentos, participação em vídeos, shows, consultoria em voluntariado/responsabilidade social corporativa, bolos de cenoura). Porém, muitos outros profissionais ainda serão necessários nesse processo.

Num dia de semi-insônia o “plim” veio outra vez e a ideia se expandiu: vou fazer um financiamento coletivo, porém sem dinheiro nenhum!

~ Como funciona? ~

Quem quiser participar dessa aventura comigo doa um serviço seu, na quantidade que quiser, especificando quanto ele vale em dinheiro. Exemplo: uma maquiadora vai doar uma maquiagem, pela qual ela costumeiramente cobra R$100,00. Um fotógrafo vai doar um ensaio fotográfico com x fotos, que ele vende normalmente por R$500,00. Um designer vai oferecer um cartaz/flyer, ou quantos quiser. Um fonoaudiólogo/otorrino/etc vai doar uma consulta. E assim por diante. Vou juntar todas as doações de serviços em uma lista-cardápio, com valores incluídos. Após finalizar o seu trabalho no meu CD, o músico (ou outro profissional) pode escolher na lista todos os serviços que ele quiser até completar o valor que ele tem direito a receber pelo serviço prestado a mim. Ele poderá receber tudo em serviços coletados na campanha, parte em serviços e parte em dinheiro (pago por mim), ou tudo em dinheiro. Ou seja: o colaborador da campanha presta um serviço ao músico, que presta um serviço a mim, que devolvo ao mundo em forma de música.

OBS. 1: Os colaboradores são DOADORES. Eles não receberão outros serviços em troca. Não teria condições de administrar essa loucura se todos fossem fazer parte do escambo. Fica para uma experiência futura!

OBS.2: Nem todos os serviços doados serão utilizados. Vamos depender da escolha dos profissionais envolvidos no CD.

OBS.3: Saliento que o disco não será todo pago com os serviços. É uma forma de amenizar os custos e conectar pessoas!

EU ACHO QUE VAI DAR CERTO! E VOCÊS?

Professores de línguas-esportes-dança-música, padeiros, designers, maquiadores, fotógrafos, passeadores de cachorros, social medias, advogados, jardineiros, pintores, desenhistas, consertadores de computador, encanadores, afinadores de piano, assessores de imprensa, videomakers, eletricistas, taxistas, uberistas (sem brigar, por favor, tamo junto, we are the world), aplicadores de Reiki, cabeleireiros, conselheiros amorosos… Pulem nesse barco! Vai ser uma festa!

~ Como se inscrever? ~

Envie uma mensagem para info@isabellabretz.com com o assunto “Operação Escambo” | ou um inbox no facebook com:

Nome, e-mail, serviço a ser doado, valor correspondente em dinheiro.

Simples assim.

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Desde já agradeço a atenção e apoio que tantas pessoas dão ao meu trabalho. Estou ansiosa para o desenrolar de tudo! <3

1, 2, 3 e… VALENDO!

O QUE APRENDI COM O SONORA

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O “Sonora – Ciclo Internacional de Compositoras” é um festival que está sendo realizado de forma colaborativa em mais de 20 cidades em 6 países diferentes. Surgiu do anseio de mostrar e incentivar a força da mulher compositora, espalhando suas criações regadas a sensibilidade a quem quiser ouvir. A ideia de criar um festival foi da Larissa Baq, em consequência do movimento Mulheres Criando iniciado por Deh Mussulini. A ideia inicial foi expandida devido ao trabalho de diversas compositoras em várias cidades do Brasil e do exterior. De todas as experiências que foram compartilhadas até agora, foi unânime a energia indescritível durante o evento.  Eu fiquei responsável pelas edições de Lisboa e Dublin – onde não foi diferente. Depois dessa vivência maravilhosa, não poderia deixar de compartilhar com vocês algumas coisas que aprendi e relembrei:

1) Se desafiar a algo novo e maior pode ser assustador no início, mas é mais que necessário.

2) Não deixe uma ideia morrer porque os recursos não estão na sua mão naquele momento. Pense sempre em formas alternativas de realizá-la. Sair do caminho tradicional é sempre uma boa opção.

3) Não deixe uma ideia morrer devido ao tempo que levará para acontecer. Ele vai passar de qualquer forma.

4) O poder da rede é absurdo. Nós, como sociedade, podemos realizar absolutamente o que quisermos. Basta tomar a decisão.

5) Muitas pessoas só vão querer se envolver depois do trabalho pronto. As que estão dispostas a construir com você devem ser valorizadas, cuidadas e guardadas no coração.

6) Pedir ajuda é um bálsamo. Não precisamos saber ou dar conta de tudo.

7) Sempre poderia ser melhor ou pior.

8) Celebre as conquistas, seja grato e use-as como combustível para buscar o que ainda falta. Apegar-se ao vazio é sabotar-se.

9) Adaptar-se e reajustar os planos é imprescindível para a saúde mental.

10) Existem habilidades escondidas em vários cantinhos, esquinas e ruelas em nós. Só as descobriremos se nos expusermos às situações que as farão florescer.

11) Errar é ótimo. O quanto antes, melhor. Há de se ter os olhos abertos, pra perceber logo.

12) Todos estão minimamente querendo acertar. Ninguém (ou quase ninguém) sai de casa pensando “hoje vou rachar a cabeça ao meio, prejudicar a vida da galera toda e ter o pior dia da minha vida”.

13) A música fala de alma para alma. Desconheço algo com poder conector semelhante.

14) A simplicidade é a mais bela das coisas.

15) O universo feminino é mágico.

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Agradeço a cada pessoa que colaborou para que esses dois eventos acontecessem. Sou também muito grata a todas as compositoras das outras cidades que se empenharam tanto para que esse sonho coletivo se tornasse realidade.

Para conhecer mais, ver as fotos, vídeos e notícias:

Sonora – Ciclo Internacional de Compositoras

Sonora – International Cycle of Female Songwriters

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SONORA – CICLO INTERNACIONAL DE COMPOSITORAS

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Isabella Bretz faz parte do time de compositoras à frente do SONORA – Ciclo Internacional de Compositoras.

O movimento surgiu a partir de uma hashtag criada pela cantautora belo-horizontina Deh Mussulini. Era uma forma de mostrar que as compositoras existem e que estão espalhadas por todo canto. No dia 1º de fevereiro deste ano o facebook se encheu de vídeos marcados com #mulherescriando. O movimento deu origem a um grupo de discussões e, posteriormente, a um festival: SONORA – Ciclo Internacional de Compositoras, que visa colocar em evidência a composição feminina.

O projeto busca romper com o círculo vicioso que coloca e reconhece a mulher apenas como intérprete (muitas vezes nem isso; basta observar que na história da música clássica só se ouve falar sobre homens, sendo que mulheres também compunham e ainda compõem). Busca-se estimular o fortalecimento no âmbito individual de cada compositora por meio da coletividade, num processo mútuo de criação e de divulgação de seus trabalhos através de shows totalmente autorais.

Todas as edições estão sendo produzidas por compositoras, de forma colaborativa e sem patrocínio. A falta de apoio financeiro não é um limite: em sua primeira edição já será realizado em 6 países e em mais de 20 cidades.

Isabella é a responsável pela produção do evento em Lisboa e Dublin.

Lisboa:

Local: Renovar a Mouraria

Dias 15 e 16 de julho a partir das 19h.

Dublin:

Local: Globe Bar (The Song Room)

Dia 20 de julho a partir de 20h.

THE RIVER AND THE FEAR – NEW VIDEO

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Recently Isabella released a video of the song “The River and The Fear”, written by her (inspired by the words of Osho) and performed with pianist Wâner Nogueira.

The song was originally written in postuguese, but Isabella wanted the message to reach more people and decided to write an english version too. The portuguese one will be on her next album.

Watch the video on youtube: The River and The Fear

 

 

 

Sr. Quirino

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Tarde de quinta-feira, clima agradável, cidade cheia. Cheguei com meu violão e entrei no Café da FNAC. O técnico do som não havia chegado ainda, então sentei pra esperar um pouco. Observei o movimento, vi as pessoas namorarem tablets e afins na seção ao lado. Metade das mesas estava ocupada; algumas com pessoas sozinhas, mexendo em seus computadores, outras com pessoas em reunião. Cheesecakes e tortas roubando a atenção no balcão. Olhava o relógio e o tempo não passava: chegara cedo demais.

Pouco tempo depois olhei para o lado e vi uma figura levemente conhecida. Um brevíssimo exercício mental e a resposta me veio: “Ah! É ele”. Já o tinha visto naquele mesmo lugar, algumas semanas antes, na apresentação do meu conterrâneo cantautor, César Lacerda. Não pude conter o sorriso. Aliás, foi uma gargalhada tímida e silenciosa – mas não falei nada. Esperei pra ver se era o que eu pensava que seria. Cinco da tarde, o Sr. estava em um grupo de umas cinco pessoas, conversando e rindo. Segurava algo nas mãos. Olhei, conferi de novo pra ver se era ele mesmo, mas a presença de sua pequenina esposa me trouxe a confirmação definitiva. Lembrei dela também. Marcaram dois lugares na primeira fila e voltaram para o cantinho perto da janela, onde estavam com os amigos. Eu olhava de lado pra ver o que estavam fazendo, curiosa pra saber se eu também entraria para sua lista preciosa. Não demorou muito. Quando chegou perto e me disse “oi”, eu já imaginei, pois o César compartilhou comigo sua experiência, anteriormente. E comigo foi mais ou menos assim:

– Olá, tudo bem? (disse ele)

– Tudo ótimo! E você?

– Tudo bem. Estava aqui do lado tentando tomar coragem para falar com você.

– Hahaha! Que bobagem! Pode dizer!

– Aquela senhora é a sua mãe, não é?

– É a minha mãe, sim!

– Imaginei… Então, eu sou um colecionador de autógrafos! O primeiro que eu peguei já faz mais de 50 anos.

– É mesmo??? Nossa, que legal!

– É.. E eu guardo tudo em pastas. Tenho a pasta do teatro, a pasta da TV, a pasta da música. Mas não misturo com o fado. Tenho uma pasta só de fadistas.

– É essa pasta que o Sr. está segurando?

– Ah, nããão… Minhas pastas são enormes! Não é essa não.

E aí vem a parte mais legal. Eis que chega em minhas mãos uma folha com meu nome escrito no topo. Abaixo, uma foto minha colada num papel cartão azul (tipo uma moldura), colocada logo abaixo do nome.

– Nossa, mas que chique! É a minha foto! E três vezes, ainda!

– É porque essa foi a única foto que eu consegui. Aí repeti três vezes pra ficar maior. Mas coloquei nesse cartão porque se eu achar outra mais legal posso trocar depois.

– Ah, sim..

– Você é brasileira, não é?

– Sim, eu sou brasileira! De Belo Horizonte!

– Está bem.. Não coloquei porque não sabia, mas depois vou colar uma bandeirinha do Brasil aqui no canto.

Quanto capricho! Que situação mais inusitada! Você sai de Belo Horizonte City pra cantar em Lisboa e o nobre português descobre sua existência e quer guardar sua marquinha em meio a tantos artistas. Como não se sentir honrado? Como não se sentir feliz pelos caminhos que a vida traz, muda, leva? Escrevi um recado e assinei. Enquanto eu escrevia ele disse “Mas esse é o maior autógrafo que eu ganhei em todos esses anos! Com certeza!”. Aí fiquei mais feliz, o meu já era especial. (:

Pedi pra tirar uma foto e ele disse que era a primeira vez que tirava foto com algum dos artistas com quem conversara. Depois de ver a foto ele falou que provavelmente era a melhor foto dele que tinha.

O show começou e lá estavam eles, na primeira fila. Alguns dos meus novos e queridos amigos também estiveram presentes e até me deram flores. Um pocket show na loja de entretenimento com gostinho de teatro cheio. Com certeza a grandeza de um momento está na sua qualidade, nos detalhes; não no tamanho ou duração.

Pensei na minha coleção de autógrafos, ou seja, minha coleção de momentos. Pensei nas pessoas que a vida já me deu de presente. Quantas figuras! Quantas pessoas queridas, quantas assinaturas especiais no meu coração, quantas bandeirinhas diferentes coladas no meu álbum imaginário, na realidade da minha vida. Agradeci por essas delicadezas que aparecem no meu caminho. Quero as assinaturas, as bandeiras, as fotos, os momentos.  Fiz votos secretos de preencher minhas pastas até suas capas estragarem de tão cheias.

A sua vida não é só sua

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Ontem, após a tragédia da queda do viaduto em Belo Horizonte, uma amiga (Sabrina Souza) postou a seguinte frase no facebook: “Amigos da Engenharia que colam em provas de cálculo: repensem”. A frase me lembrou algumas reflexões que eu já fiz e trouxe outros tantos pensamentos a essa minha cabeça inquieta.

Primeiramente digo que fiquei completamente triste e assustada com o que aconteceu. Essas obras custam valores exorbitantes, pagos com o suor de cada um que acorda às 6 da manhã e sai de casa pra desempenhar o seu papel. A maior parte dessa gente recebe o suficiente pra sobreviver, come o básico, se vira como pode, se diverte como dá. A carga de impostos sobre o brasileiro é gigantesca, perto do MÍNIMO RETORNO que recebe.

“Segundo ainda o IBPT, entre os 30 países com cargas tributárias mais altas, o Brasil é o que menos devolve em serviços e investimentos à sociedade. Além de trabalhar cinco meses no ano só para pagar impostos, o brasileiro precisa dedicar a renda de outros quatro meses para suprir a lacuna deixada pelos maus serviços prestados pelo Estado.”(ver texto completo aqui)

Isso é vergonhoso, é desanimador. E o nosso prezado Prefeito vem com essa de que “ACIDENTES ACONTECEM”? Tanto dinheiro que a população dá, para o governo fazer obras porcas, para dar lucro às empresas de transporte, para não ter saúde, não ter educação? Pra ver gente vivendo em condições vergonhosas, pra ver gente morrendo na fila do hospital, vítimas da violência dos bandidos e do Estado? DÁ DESÂNIMO. O Brasil tem muitas coisas maravilhosas, mas estamos cansados de tanta sujeira. E ISSO NÃO É CULPA DE PARTIDO NENHUM! Não me venham com essa ladainha nojenta! Se tem mensalão, tem mensalão tucano também! O que eu sempre digo: quer achar culpado, volte lá na colonização. O erro está NA PRIMEIRA PISADA EUROPEIA na terra do pau-brasil.  Já começou tudo errado. A forma como sempre houve abusos, sempre houve corrupção.

A solução é uma revolução na educação. Mas não apenas aquela educação da escola, a educação em casa. O pulso firme, a criação. Somos todos culpados. Quando começarmos a fortalecer o caráter (deixando de praticar todas essas “pequenas” corrupções do dia-dia), quando começarmos a ler, estudar e participar DE FATO da vida política do país, além de parar de compartilhar ideias no facebook sem o mínimo de apuração e questionamento, a coisa começa a melhorar.

Mas o que me despertou vontade de escrever foi outra coisa. Voltando à frase da Sabrina, fiquei pensando nisso. O viaduto não caiu depois de uma tempestade, nem depois de um terremoto. Ainda não fizeram a perícia, mas acho difícil não ser erro humano. É claro que todo ser humano é falho. Eu erro todo santo dia, todo mundo erra. Mas há uma coisa que também acontece com muita frequência, que está ali coladinho ao erro, mas é muito diferente dele: o DESCASO.

Quantas pessoas levam uma faculdade com a barriga só pelo título e depois se tornam profissionais fracos? Quantas pessoas morreram em episódios à la Palace II, por pura negligência? Quantas pessoas sofrem com atendimentos médicos mal feitos, por advogados sem conhecimento suficiente? Quantas pessoas sofrem por causa de acidentes de trânsito causados por quem não sabe dirigir ou dirige embriagado? Vivemos em sociedade, estamos conectados em uma grande rede. Nossas vidas se afetam todo o tempo. Nós e nossa história somos resultados das histórias de todos os outros.

Certa vez escrevi uma música que começava falando disso: “É assustador pensar sobre as escolhas que eu fiz desde criança. Como elas construíram um caminho, as pequenas escolhas que me levaram até você em um dia de chuva” (tradução do inglês). Se pararmos pra pensar sobre isso, ficamos loucos! O menor dos detalhes, cada grauzinho que mudamos na direção traz uma mudança enorme no futuro. E é assim que conhecemos pessoas, lugares, que realizamos as coisas. É assim que as perspectivas mudam, que somos mudados, que mudamos os outros. Tudo por causa da rede.

O descaso é, para mim, filho do egoísmo. É pensar que o que você faz é mais importante, que as consequências não importam tanto quanto o seu próprio bem-estar, mesmo que isso cause algo ruim na vida de outros. O descaso do viaduto é o mesmo do transporte, é o mesmo da habitação, é o mesmo da exploração de trabalhadores, é o mesmo das histórias de amor que deixam homens e mulheres com o coração partido. A fonte é a mesma. É a inversão de prioridades trazida pelo egoísmo, pelo interesse particular feito superior a todo custo.

Devemos buscar fortalecer nosso caráter a cada dia, olhar mais para o outro. Não estou dizendo de forma alguma que devemos viver em função de outras pessoas, apenas estou destacando que o individualismo (notavelmente crescente a cada dia) pode trazer consequências em todas as áreas. As vidas perdidas não voltarão. Que as famílias sejam confortadas. Que a justiça seja feita.

Pensemos no legado que estamos deixando. Deixo aqui uma reflexão para você que está lendo e para mim mesma: quando for estudar, quando dirigir, ao se relacionar fraternalmente e romanticamente e, não menos importante, quando praticar sua profissão ou estiver em uma posição de poder, pense: A SUA VIDA NÃO É SÓ SUA.